Sobre a planura as suas asas espraiando
o anjo vigia e guarda.
À noite as águas silenciosas da laguna
reflectem-lhe o dorso, curvado sobre as
árvores frias.
Mãos invisíveis tecem-lhe nos cabelos
segredos antigos
que os homens esqueceram há muito
ou nunca sequer souberam
E parte, por sobre as nuvens
recortadas a luz ardente.
Irremediavelmente, parte.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
A primeira vez que ouvi Chico e Caetano juntos e ao vivo foi no Verão de '73.
Estava um dua abrasador, dqueles que surgem às vezes em Setembro e que nos cola a roupa ao corpo.
Lembro-me do Chico a cantar "... quando olhaste bem nos olhos meus
e oteu olhar era de adeus
juro que não acreditei..."
em casa da Teresa Macedo em Lisboa. Ela nessa altura vivia numa mansarda, ali para os lados da Av. de Roma, não sei bem onde. Só sei que aquele sotão naquele dia de calor repentino em Setembro parecia um forno! Enquanto a teresa tomava um duche, perguntei-lhe se podia pôr um pouco de patchouli que ela tinha para lá num frasquinho. E pus. A ouvir o Chico e o Caetano "Navegar é preciso, viver não é preciso..." a suar em bica. Adorei o disco. Quando saímos,prometi-me que o iria comprar logo que pudesse. Estávamos nós na Avenida. apareceu um amigo da Teresa. Estava pálido, como se não tivesse dormido (e não me lembro de todo quem era). Disse-nos. com os olhos muito abertos de quem não consegue acreditar "O Allende morreu! Mataram o Allende!". Ficámos de pedra, sem dizer nada, sem procurar saber mais. Lembro-me que fomos jantar os 3 ao "Velha Goa", que pedi um caril de camarão "...mas suave, por favor...", e bebemos um Piriquita tinto, bebinca... Depois a Teresa, que quase bebera o Piriquita sózinha. pediu café e Carvalho & Ferreira gelada. Quando o empregado trouxe a garrafa, pediu que a deixasse na mesa, e continuou a beber, copinho atrás de copinho, acompanhada pelo amigo. E começaram a escorrer-lhe lágrimas pela cara abaixo, e eu que nunca aguentei bem o álcool, acabei por me ir embora sózinha, deixando-os a beber, e ainda a pensar, incrédula "Mataram o Allende!"
Quando cheguei a casa, o meu pai disse "Que cheiro é esse?!" Eu respondi "É patchouli. Foi uma amiga minha que me emprestou." E o meu pai, com o nariz e a testa franzidos "É muito ordinário esse perfume - cheira a cocotte!"
Estava um dua abrasador, dqueles que surgem às vezes em Setembro e que nos cola a roupa ao corpo.
Lembro-me do Chico a cantar "... quando olhaste bem nos olhos meus
e oteu olhar era de adeus
juro que não acreditei..."
em casa da Teresa Macedo em Lisboa. Ela nessa altura vivia numa mansarda, ali para os lados da Av. de Roma, não sei bem onde. Só sei que aquele sotão naquele dia de calor repentino em Setembro parecia um forno! Enquanto a teresa tomava um duche, perguntei-lhe se podia pôr um pouco de patchouli que ela tinha para lá num frasquinho. E pus. A ouvir o Chico e o Caetano "Navegar é preciso, viver não é preciso..." a suar em bica. Adorei o disco. Quando saímos,prometi-me que o iria comprar logo que pudesse. Estávamos nós na Avenida. apareceu um amigo da Teresa. Estava pálido, como se não tivesse dormido (e não me lembro de todo quem era). Disse-nos. com os olhos muito abertos de quem não consegue acreditar "O Allende morreu! Mataram o Allende!". Ficámos de pedra, sem dizer nada, sem procurar saber mais. Lembro-me que fomos jantar os 3 ao "Velha Goa", que pedi um caril de camarão "...mas suave, por favor...", e bebemos um Piriquita tinto, bebinca... Depois a Teresa, que quase bebera o Piriquita sózinha. pediu café e Carvalho & Ferreira gelada. Quando o empregado trouxe a garrafa, pediu que a deixasse na mesa, e continuou a beber, copinho atrás de copinho, acompanhada pelo amigo. E começaram a escorrer-lhe lágrimas pela cara abaixo, e eu que nunca aguentei bem o álcool, acabei por me ir embora sózinha, deixando-os a beber, e ainda a pensar, incrédula "Mataram o Allende!"
Quando cheguei a casa, o meu pai disse "Que cheiro é esse?!" Eu respondi "É patchouli. Foi uma amiga minha que me emprestou." E o meu pai, com o nariz e a testa franzidos "É muito ordinário esse perfume - cheira a cocotte!"
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
TWIN PEAKS
Parafraseando os "Monty Python" And now for something completely different!
Não podia deixar de referir "Twin Peaks" - David Lynch - como a melhor série de todos os tempos.
Que vi, revi e tornei a rever e sempre lá voltarei.
Tentei trazer aqui um clip com uma música da Julee Cruise que imediatamente nos transporta a Twin Peaks - que é um lugar na nossa alma, na nossa mente - à sua atmosfera onírica e terrivelmente bela.
Não consegui.
Aqui vos deixo o link
http://www.youtube.com/watch?v=4F-aDwgrHBE
vejam oiçam
Penso que deve haver algum modo de aqui colocar o clip, mas ainda estou muito verde nisto
Não podia deixar de referir "Twin Peaks" - David Lynch - como a melhor série de todos os tempos.
Que vi, revi e tornei a rever e sempre lá voltarei.
Tentei trazer aqui um clip com uma música da Julee Cruise que imediatamente nos transporta a Twin Peaks - que é um lugar na nossa alma, na nossa mente - à sua atmosfera onírica e terrivelmente bela.
Não consegui.
Aqui vos deixo o link
http://www.youtube.com/watch?v=4F-aDwgrHBE
vejam oiçam
Penso que deve haver algum modo de aqui colocar o clip, mas ainda estou muito verde nisto
merda, não tem título!
PÕem títulos em tudo e mais alguma coisa! E etiquetas, e legendas e merdas!
Bom, adiante....
Podem vossências ver neste meu blog a primeira coisa que esta cabecinha resolveu colorar cá e que é uma fotografia de dois dos meus 10 gatos - dois dos preferidos a "Princesa" (vê-se logo qual delas é) e a "Matrix".
Não, não sou uma velha-dos-gatos, embora algumas possua algumas das características dessas senhoras. Sim, sou uma senhora, tenho muitos gatos, e falo com eles. Aliás, falo com qualquer cão e gato que encontre na rua "Olá, cão!" "Olá, gatão!" - portanto, devo corrigir, na rua não lhes falo, cumprimento-os. O mesmo não acontecendo relativamente a pessoas. Há muita gente por aí que não merece um bom dia, muito menos um olá-com-sorriso...
E eu sou uma senhora, "uma verdadeira senhora, como era a tua Mãe" como me disse uma vez a minha muito querida amiga Eunice, que ela sim, é uma verdadeira e autêntica Senhora.
Modésita à parte e tal, que mesmo nos tempos que correm, certa modéstia fica sempre bem. Principalmente, a uma senhora.
Bom, adiante....
Podem vossências ver neste meu blog a primeira coisa que esta cabecinha resolveu colorar cá e que é uma fotografia de dois dos meus 10 gatos - dois dos preferidos a "Princesa" (vê-se logo qual delas é) e a "Matrix".
Não, não sou uma velha-dos-gatos, embora algumas possua algumas das características dessas senhoras. Sim, sou uma senhora, tenho muitos gatos, e falo com eles. Aliás, falo com qualquer cão e gato que encontre na rua "Olá, cão!" "Olá, gatão!" - portanto, devo corrigir, na rua não lhes falo, cumprimento-os. O mesmo não acontecendo relativamente a pessoas. Há muita gente por aí que não merece um bom dia, muito menos um olá-com-sorriso...
E eu sou uma senhora, "uma verdadeira senhora, como era a tua Mãe" como me disse uma vez a minha muito querida amiga Eunice, que ela sim, é uma verdadeira e autêntica Senhora.
Modésita à parte e tal, que mesmo nos tempos que correm, certa modéstia fica sempre bem. Principalmente, a uma senhora.
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